quarta-feira, 22 de junho de 2011

Do Meu Sangue, Do Meu ser, Do Meu Eu

Filhos!

está aí uma palavra chave que segundo meus cálculos econômicos pessoais poderiam surgir daqui tres verões (quando eu terminasse de pagar minhas principais dívidas e me alojasse muito bem na nova cidade). entretanto...

não é isso o que o destino preservava para mim.
Hoje a mais ou menos 5 ou 6 semanas, minha esposa e eu partilhamos de uma alegria única e muito particular: vamos ter um filho!

e mentalizando sobre o que é ter um filho, chego a diversas conclusões.

recordo-me dos filhos sem referencial paterno ao qual consolei,
daqueles alunos... digo, filhos cuja data do dia dos pais, faziam questão de ficar grudados em mim, daqueles que sentiam-se felizes em dizer: deixa mãe, não precisa de vir me buscar não (já que o pai não vem), eu vou com o meu professor.
e dos tão novos que quando caiam no meio do recreio tão conturbado gritavam o meu nome para que eu assoprasse as feridas.. (de fato eu sei que isso não faz bem para a escoriação, entretanto...) para eles, esta era a única forma de alento e preocupação paterna.
tantas crianças com tantos presentes e os largavam todos no chão apenas pela corrida e um forte abraço rodado no pátio.
são daqueles momentos que você por trabalhar TB na cantina da escola, já sabia o que cada um gostava (*e tb não gostava de comer), e os marmanjos cujo pai, só dava as caras no fim de semana, mes, ano ou década não se irritavam ao ver o paifessor (como chamavam) fazer aviazinho com a colher...
e dos queridos que marcavam a pizza no fim do ano, e o dinheiro não dava e eles olhavam sem graça por terem ganhado tão pouco dos ... (biológicos) e se alegravam e sentiam-se seguros ao saber que mesmo passando aperto, comigo não passariam a vergonha de "assinar a notinha".
e daqueles, daqueles, daqueles e daqueles...

são tantos.
tantos que irritaram, tantos que me fizeram rir, tantos que me fizeram gritar, os que me fizeram chorar, os que me fizeram orar... os que me fizeram Crer! sobre estes, não faltou o bate papo amigo, o abraço forte e até as horas em silencio assentados no terraço da escola.

ainda sim continuo a mentalizar o que é ser pai.

de fato ainda por uns 7 meses isso vai pertencer platonicamente ao mundo das idéias.
mas acredito que cada ser, ao qual fui agraciado por tomar conta... viagens excursoes e talz...
são um presente deste futuro que de forma tão saudável e agradável me pegou.

daquele (ou daquela) que vem por aí, não esperar nada! porque não sou eu o que controlo o TUDO, logo nunca haverá acidentes! o que eu vou fazer é colocar este serzinho no prumo, no meu prumo. segurar pelas mãozinhas, e Crer!

a esta Cria Minha dedico estas palavras, e depositando em mim mesmo a responsabilidade de fazer dele verdadeiro FILHO, e ele de mim verdadeiro PAI.

assim eu espero

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