sábado, 25 de maio de 2013

O FIM DA PRIMEIRA ERA

Há 4 dias atrás eu coloquei um ponto final numa etapa muito importante para a minha história: Guardei meu capacete.


Mas não se assuste! não parei de andar de moto! Simplesmente guardei um de muitos capacetes que já possui pelo significado maior. Mas antes que eu comece a divagar sobre ele, eu gostaria de fazer uma rápida retrospectiva na  minha história com Duas Rodas e Um capacete!

Tudo começou quando eu já morava em Mantena e meu pai por medo de que eu e meu irmão fizéssemos alguma merda automobilística, vendeu a CG125 laranja que ele tinha e com isso iniciou-se um gigantesco iato entre a minha história e o motociclismo. (isso deve ser em 1994-95). 


Mas a história não dá pontos sem nó. A moto se foi, mas o capacete ficou: era um capacete que mais se parecia um ovo, com pouquíssimas borrachas, nenhum forro na frente da boca, sem forro no teto (isso mesmo! era sua cabeça encostando no isopor mesmo), não conhecia o que era adesivos refletivos, tão pouco passou por uma inspeção do INmetro, mas era o capacete de moto do meu pai. (acho que ele era de motocross mesmo).  hoje sei que ele é da marca bell e tem a imagem aí pra você:

(esquerda: ilustrativo| direita: eu em um desfile de 7 de setembro).

E foi com esse capacete que eu desfilei inúmeros festins de 7 de setembro além das fotos de quando era criança e talz. Bem, o tempo passou e eu comecei a fazer trilha de bike e então comprei um capacete de bike mesmo, oras... Não resolvia muita coisa, porque era um coquinho muito, mas muito curto para o meu cabeção, mas como faz parte da minha história com capacete não posso desconsiderá-lo! só o utilizava para trilhas, mas utilizei-o até ele rachar mesmo!



Depois de mais um tempo, eu comecei a trabalhar e lá pelos meus 16 anos, resolvi que queria comprar uma moto, mas como não tinha dinheiro nenhum pra comprar nem pra começar a juntar, eu pensei mesmo numa moto de trilha, abandonada, de segunda mão, para que eu pudesse passear "off-road" e assim comprei o que eu chamo de "ancora de sonhos":


A âncora de sonhos é quando você não pode comprar/ter/ir (ou coisas do gênero) e para nunca se esquecer do que quer, você compra algo relacionado (ou mesmo um acessório para utilizar) com esse sonho. No meu caso eu comprei este capacete (que sim... era de bike, de Downhill) para significar que eu teria uma moto de trilha (pq pra quem não sabe eu já fiz muita trilha de bike e até de cavalo). o motivo do capacete ser amare-lo foi pelo fato de ter tido uma camiseta da fox amarela. então achei que combinaria comigo.


Neste ínterim, eu tinha adicionado uma ideia que também tinha ficado na gaveta dos planos: Na minha cidade por ter um terreno muito acidentado, era comum a trilha de moto e bike, para incentivar as vendas, a loja da Honda de minha cidade patrocinava apresentações de Wheeling e nestas idas e vindas, apareceu um grupo muito famoso chamado: "Estilo Livre Força e Ação" cujos componentes eram bastantes carismáticos e humildes. Um dos caras que se destacava para mim era o "Dentinho" que tinha umas "pontas" no capacete. bem... não demorou muito e eu aprendi a fazer aqueles mesmos "chifrinhos" que ele tinha no capacete, já que ele ensinou pessoalmente a fazer num programa infantil (da Eliana). 


Continuando sobre motos... O tempo passou e eu acabei por desistir de comprar uma moto visto que tinha que pagar todas as parcelas de minha faculdade além do ônibus que me levava todos os dias (130km ida e volta TODOS-OS-DIAS). Tudo estava indo muito bem, quando no final do curso, a universidade resolveu sortear uma moto da Dafra (uma 50cc ou 100cc, não lembro) para os alunos que mantiveram pagas as mensalidades no tempo, e eu, Poxa! pagava tudo até adiantado. tinha certeza ABSOLUTA (A-B-S-O-L-U-T-A) que aquela moto seria minha! 


Bixo! imagina um cara que não dormiu até o dia do sorteio.
Então... eu mesmo! Cara! Era a possibilidade de ter a mesma moto (mesmo formato de moto) que o meu pai teve! Era hora de por um fim no iato.

e então eu não fui sorteado...

Mas o sonho não pode morrer! Neah? Então na semana da formatura eu enfurnei meu pai que queria comprar uma moto! Já que não poderia comprar a moto do modelo da dele, seria uma moto modelo "custom", uma vez também que modelos "custom" estavam sendo fabricados com baixíssimas cilindradas como foi o caso da Kansas que eu comprei. 

Fui lá com uma namorada na época e fechei com o vendedor. O camarada me deu junto com o contrato a garantia de que eu teria dois capacetes de "brinde", ambos pretos, um tamanho 60 e um 58 (ou um 58 e o outro 56, não lembro). E então chegou a minha moto! e ficou um capacete pra mim e o outro para minha ex-namorada. 

(não preciso dizer que o tempo passou e a namorada se foi também. O capacete que ficou na casa de minha mãe, mas o meu mesmo, veio comigo para a Bahia).


 E então continuou a saga...

A verdade é que eu não gostei nunca deste capacete que eu ganhei de "brinde" da Dafra, embora tenha usado ele poucas vezes, não o considero como "meu capacete", mas como também fez parte da minha cronologia, não posso me esquecer dele.

foi mês de setembro de 2009 que eu resolvi dar uma diferenciada da galera que andava de moto e pensei: Pow! O negócio é "custom" não é?! então eu fazer algo fora do padrão mesmo! Não preciso seguir o modelo normalzão... E foi aí que eu comprei o capacete de trilha de moto preto (esse da primeira foto de cima). a "ancora do sonhos" agora fazia total sentido (embora não fosse mais amarelo) e eu precisava dar um toque final: pronto! lá estavam os "spikes" que eu tinha aprendido a fazer a quase uma década atrás. agora tudo lá... na minha cabeça! 


Bom, quanto ao capacete de Downhill amarelo, ele teve um fim "trágico". Eu tive o coração mole e a sensibilidade de doa-lo a um ciclista que viajava pelo brasil. Esse cara viajava dando golpes em todas as cidades, sem pagar pensões ou mesmo levando coisas embora das cidades. Como eu não sabia, acabei por dar o capacete já que de fato ele precisava. Mas foda-se.. o que dá pra guardar na memória já é bastante válido. 

Voltando ao capacete preto de Spikes:
Esse sim (o capacete preto) eu considero como o PRIMEIRO capacete da minha Era motociclística. Se esse capacete falasse... seriamos grandes amigos e ele um grande confidente (eu espero). Fato é que todo capacete tem um prazo de validade, e de 2009 pra cá (2013) ele completou seu 4º ano de uso ( o fim da validade perante o inmetro). Sim... ele já tem um cheiro de velho... O couro da correia já estava ficando comido... as bordas de borracha também já não haviam mais em várias partes... e por aí vai. Resultado. No ano de 2011 eu comprei o SEGUNDO capacete de minha Era motociclística e por fim, resolvi separar os dois capacetes em duas situações: Com Primeiro capacete, eu continuaria usando só que apenas dentro da cidade. Com o segundo capacete eu o usaria apenas na estrada. já que ele já vinha com lente e talz,  (confesso que senti saudades do vento entre o óculos e o rosto). É claro também que eu tinha que dar uma customizada nele, só que dessa vez eu faria algo a mais: Os spikes de plástico com contact cromado, deram lutar à fibra de vidro e a focinheira do capacete que sempre me lembrou o aspecto de um focinho mesmo, tomou a tal forma do meu sonho. bola pra frente então! 



Hoje, como o capacete já guardado dentro de uma sacola no maleiro do guarda-roupas eu vejo o quanto ele significou para mim. Mal posso esperar para ter minha garagem na minha casa (própria) para expô-los como um troféu caçado. Agora, o capacete da boca de lobo desce a hierarquia para se tornar um capacete "de rua" e entra em cena (para a estrada) um "modelinho" bem minimalista. Sim... um Peels sem viseira (só com óculos), sem aba ou boqueiras. Apenas para cumprir o que a lei pede. Porque o que eu quero mesmo hoje em dia é vento na cara!