sábado, 22 de dezembro de 2012

Como seguir em frente

Acabou o mundo (de novo) e você não morreu.

Respire.

Está acabando o ano e você tem três coisas para constatar ao ler isso:

1) Você está vivo.
2) Você não está dormindo.
2) Você foi alfabetizado.

E então a vida segue em frente!

Agora, como então seguir em frente?

É fácil perguntar isso para um Idoso dos nossos dias como ele alcançou a longevidade, afinal todo o cansaço deste velho durante a sua juventude se mantinha no corpo. oras... eram as costas que pagavam com o trabalho, as pernas que pagavam com as correadas dos pais na hora da punição, eram os pés que pagavam pelo árduo caminho quilométrico até a escola que só ensinaria até a 4ª série e por aí vai. Tempos difíceis? Com certeza! Mas apenas para o corpo. Quero ver conviver consigo mesmo após os problemas que tanto afetam o intelecto de um centro urbano. Parafraseando a Personagem Capitão Jack Sparrow: "o problema não é viver para sempre, é conviver consigo mesmo para sempre".  Temos uma alegria meta-celestial por não conhecermos  nem um décimo de uma outra vida que nos cumprimenta ao sermos recepcionados num consultório. Mesmo porque além de não sabermos resolver os problemas da secretária (que está na sala com ventilador) do doutor (que está no ar condicionado), sequer podemos (ou queremos) resolver o que a tanto a aflige, sendo assim: Melhor "passar batido" e apenas dizer bom dia também.

Problemas o mundo (e todo mundo) tem de mais, nas áreas em que estamos menos atribulados, as vezes, nos damos o luxo de ajudar a outras pessoas a carregarem seus fardos, mas não estamos tratando do outros hoje! a grande pergunta que paira agora no ar é: como você consegue se olhar no espelho E seguir em frente depois de tudo que fez?

complicado né. vamos à algumas analogias que podem te levar a encarar um dia depois do outro de uma forma um pouco melhor.

Tente entender que Viver pode ser comparado com 3 coisas:

1) Escrever um livro inteiro com papel de seda com caneta tinteiro.
2) Escalar uma torre medieval pelo lado de fora.
3) Manter-se acordado depois de contusão na região craniana.

Escrever um livro inteiro feito de papel de seda já não é uma coisa muito simples. Primeiro porque seus momentos de empolgação devem ser regrados para não rasgar o papel e momentos de monotonia devem ser combatido com doses cavalares de compasso marchado para não descer mais tinta do que você está riscando a folha. Mas isso ainda não é o grande problema. Quando você pára a caneta em cima da folha e a tinta continua descendo, você não estraga uma folha só... você rasga a folha atual e mancha a segunda, terceira, quarta, quinta, décima, vigésima, trigésima. Tudo depende de quanto tempo você fica parado no mesmo lugar, perdendo tinta da carga como se fosse sangue tirado a vácuo. Portanto, tá escrevendo errado? tá ficando torto? tem parte ilegível? não importa. continue! quer rasurar algo que errou? de uns 5 riscos em "Z" sobre o erro, mas não gaste tempo pintando toda a área de erro... isso pode continuar manchando mais páginas. 

Outra coisa legal é escalar uma torre medieval pelo lado de fora. Parece babaca, mas tem sempre como escalar por dentro, mesmo porque poucas delas eram "preenchidas" com andares ou cobertura no lado de dentro. Agora sinta a facilidade que era: não havia argamassa para unir as pedras, elas eram empilhadas e possuíam um vão entre um bloco e outro de até 8 centímetros. E como uma escada cavada numa parede de pedras. tá fácil? é claro que tá! mas procure não olhar para baixo, porque da mesma forma que chegar na beirada de um prédio muito alto sem deitar na cobertura do prédio pode te jogar para baixo, contemplar uma escalada pela metade ou no "quase lá" pode ser extremamente perigoso, tanto para a sua posição, quanto para a altura que você está, quanto para a coragem que você precisa adquirir para chegar o topo. portanto, contemplar é algo importante mas reserve esse ato para um momento correto e seguro (ou seja: no topo ou em um patamar). Se não, você estará fazendo a coisa certo no momento errado. por tanto, agora, não importa, continue!

Não é só pra você que a vida é difícil! Tem mais um monte de gente que sabe exatamente o que você constata todos os dias (e posta no facebook) só que cada um a sua maneira. Cada um recebe a pancada no seu devido cenário, com a devida força, no devido lugar do crânio. E isso me lembra muito minha infância, quando levava uma pancada na cabeça e era acometido por um sono insuportável e minha mãe não me deixava dormir. Me distraia, falava alto, molhava o meu rosto, me colocava de pé, até que a dor se dissipasse e junto com ela quele sono forte. Hoje eu entendo quando em algum filme uma personagem grita com a outra que está baleado: Aguente firme! é exatamente não ceder e esse "sonão" que dá e que pode te levar um estado desacordado com sequelas gravíssimas. portanto, não durma. não se permita apagar, mesmo quando alvejado pela vida. Respire e não ceda à mancha escura que fica em torno da visão como um porta retrato.

É claro que esses conselhos não te tirarão do Ponto Neutro chamado de sobrevivência! Respirar, não olhar pra baixo e continuar escrevendo a sua história é o que todo ser que sobrevive faz. mas, e pra viver? "#comofaz"? Encare os fatos, a vida é uma sequencia gigantesca de um engavetamento numa grande avenida, e ainda sim te afirmo: não existe acidentes! Tudo o que precisamos é disposição e coragem de seguir em frente, independente dos empenos que a vida nos dá. Quando me referi sobre acidentes, re afirmo: eles não existem. o que existe é a nossa ilusão que temos o controle de tudo. é a grotesca ideia que nos dá alivio na consciência de que nada vai nos acontecer porque fazemos tudo certo e é claro que não é bem assim. Estamos parados diante de um fato randômico/conjectural chamado Vida em que tudo tem explicação, mas até os cientistas mais inteligentes do mundo estão com preguiça de escrever toda a justificativa e o leitor mais assíduo do mundo não está nem um pouco com saco para ler tudo isso. portanto, lute contra o que você quer, lute a favor do que você quer e aceite algumas coisas simplesmente como elas são. 

Sem parar de escrever, 
Sem parar de escalar, 
Sem fechar os olhos para dormir.


Tenham todos um bom futuro!



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Lá Fora



Há coisas que fazem parte da nossa composição e são coisas muito mais básicas do que o próprio DNA. Uma delas é a composição que recebemos no período de nossa criação... Aquele período em que alguém nos ensina o que é bom, o que é mal, o que faz bem, o que faz mal. é o momento em que podemos começar a pensar em afirmar algumas coisas que "sim ou não" que queremos viver com algo, que podemos viver com ou sem algo, e que sem dúvida nenhuma não podemos sobreviver sem algo.
E foi na infância que recebi essa base tão fixa, sólida e estável da minha mãe! Desde a infância sempre viajei muito com ela. Seja para buscar tecidos na cidade vizinha para a confecção, seja para buscar roupas em outro estado, ou mesmo para fazer companhia porque eu já estava de férias ou mesmo consegui convencê-la de que eu podia faltar pois já tinha notas o suficiente nas matérias  lecionadas naquele dia.
Quando não tínhamos carro próprio, acordávamos muito cedo. Mal nasceu o sol e já estávamos em frente a rodoviária esperando o ônibus cuja viagem era maravilhosa (tá, talvez não era, mas o quê na nostalgia não é bom ou feito de ouro?) e então passávamos o dia (ou 2 ou 3 dias fora) com comida diferente daquela de "todo dia" de casa, parando em locais de madrugada com o ônibus num friiio daqueles das noites de inverno como de Petrópolis... E visitando os lindos lugares entre uma parada e outra. 
Sempre gostei e valorizei isso mesmo e hoje voltei do trabalho pensando nas viagens
Que fiz durante esse ano e na viajem que farei em minhas férias. subitamente me veio um desenho que assisti ininterruptamente várias vezes durante minha infância: O corcunda de Notre Damme.
Recordo-me como ontem quando minha mãe trouxe o vhs alugado para que assistíssemos juntos esse desenho animado.
Eu era muito empolgado com idade média desde a infância, mas a apresentação de um "não-heroi" como o principal e o tema "liberdade" acima de justiça, retidão, valentia ou vingança (ou qualquer outro tema já proposto pela Disney) com certeza me chamou mais a atenção.
Toda vez que o filme terminava minha mãe me alertava: “Rene! Valorize isso muito, meu filho! Liberdade é o bem mais importante que temos”. E não foram poucas as vezes isso.
Emocionava-me ao ver o Quasimodo triste, preso e isolado no topo do campanário... Sabendo o nome de tanta gente o observando-os desde a infância. De certa forma não há como não se identificar diante da sociedade que vivemos.
Mas sobre tudo, À LIBERDADE!!!
Por isso meus filhos/amigos/irmãos-de-estrada/conhecidos-da-internet/alunos e quem puder ler: 
Valorizem a liberdade!!! Assistam (re-assistam) o que eu vi
Pensem sobre o que eu vos falo hoje (que minha mãe me falou na infância).
Graças a Ela Minha mãe! Eu tenho esse ideário tão nítido e vital pra mim sobre liberdade!

À LIBERDADE SEMPRE!

Deixo-vos  um trecho da música "Lá Fora" do Filme e muito obrigado pela leitura!


Salvo entre os peitoris de pedra e o carrilhão
Aqui dentro a alegria some
Toda a minha vida eu vivi na solidão
Não ter liberdade me consome
Preso aqui em cima vi pessoas
Eu conheço todas pelo nome
Toda minha vida eu imaginei descer
Ir até lá
Passear lá
Lá fora
Como alguém comum
Me de um dia ao sol
Basta apenas um pra ser lembrado
Se der numa ocasião qualquer
Se eu sair
Se eu puder
Quero ir aonde der
Lá fora vejo tecelões moleiros e casais
Os seus rostos mostram o que sentem
Gritam xingam levam suas vidas tão normais
Essa é a vida que me cai bem
Agora para mim a hora
É de enfim
Ver se der
E o Rio Sena e além
Cada manha que houver
Quero ser alguém
Que vai aonde
Bem quer
O meu dia se vier
E ele vem
Um se quer
Digo amem
Se estiver tudo bem quando der
Vou também se Deus quiser