segunda-feira, 18 de novembro de 2013

e se o fim...



E se eu te dissesse que não haverá apocalipse zumbi coisa nenhuma.

E que os zumbis não existissem exceto o fruto de nossa imaginação que destroça e degrada as pessoas  em suas formas físicas e emocionalmente todos os dias.

E que na verdade só matamos os zumbis porque eles estão doentes e sem cura, e é exatamente isso que pensamos sobre nossos colegas, conhecidos, parentes, ex-companheiros de trabalho, escola e namoro, membros de outros credos ou mesmo orientações sexuais diferentes mesmo sem eles serem zumbis.

E se pararmos por um instante de culpar somente as grandes  corporações dos catastróficos desastes em cadeia, e percebemos que o quanto que lixo que juntamos em uma semana não equivale nem em peso nem em tamanho do que realmente comemos em um mês.

E se por fim, num triste fim, contemplássemos que todo o apocalipse que esperávamos (e talvez até nos preparássemos) fora tão somente culpa nossa. 

E que todo o descontrole dos seres esfomeados que nos atacam enquanto atiramos em suas cabeças fossem apenas culpa de um mundo cheio de miséria que nós mesmos construímos e consumimos aos poucos até se tornar isso.

Então só aí, e apenas aí, perceberíamos que nós somos o vírus, e que outrora (e não sabemos se ainda) somos a cura.