terça-feira, 2 de outubro de 2018

Por una Matanza Eterna


               Se uma história precisa de um começo e nela tem um "historiador" com certeza ela tem uma data!
               Não é uma data precisa, mas fica entre: 15 e 24 de outubro de 2008. Nesta época eu fazia faculdade na UNIVALE (história, licenciatura) e Já lecionava em Mantena-MG. Portanto, a pedido da Escola (que eu lecionava) tive que ficar uma semana integral em Governador Valadares para um curso de editoração eletrônica e capacitação de professores (logo explico o porque desta data tão precisa). Faltando menos de um ano pra me formar, o cabelo já estava crescendo

               Um dia após as aulas, junto com outros amigos de outros cursos, eu resolvo amarrar uma bandana da testa, deixar os cabelos de lado e usar um RayBan, a música emergiu das trevas na hora pelas vozes dos meus amigos Kiliano e Natália: "Maldito Hippie Sujo quero que vá embora saia já daqui!" A brincadeira rendeu uma foto (que não encontrei mas hei de encontrar) e meu espanto: "que música é essa?" - ao que responderam, MATANZA cara! depois disso, disseram que ouviam a música "nós estamos todos bêbados, e o clima pirata da música lembrava a mim"....

               Foi aí que acenderam a minha vela no inferno! hahahaha

               Depois disso, eu vasculhei o máximo possível que tinha de acesso a internet e tudo que consegui foram apenas três álbuns: Músicas para beber e brigar, Santa madre Cassino e A arte do insulto. Já era o suficiente. Eu nem sabia quem era Johnny Cash e já me esbarrava com o MATANZA. Tudo ficava dentro do meu MP3player de uma pilha AAA e eu andava uma longa jornada durante 9 dias consecutivos dentro daquele calorento Valadares, ouvindo só e Apenas MATANZA! 

               Nessa época eu era novo demais pra ser adulto e já estava passando do prazo de validade de ser um adolescente, mas tinha em mente questões bestas, como: por que nunca tive uma banda favorita? gostei muito de Iron, mas não era algo que eu tomaria como norte. mas então veio o MATANZA.

               Não demorou muito para que eu montasse junto com meus alunos, e meu irmão uma pequena banda de covers, ninguém tocava nada direito, não tínhamos presença de palco, a bateria tinha um "tum-tá-tum-tá-tum-tá-tum-tá-tum-tá" extremamente descompassado, mas algo dizia que estava aficando bom (e não era o bom senso). fundamos um nome: Frenezi: 


Uma péssima barulheira, de muito mal gosto, mas que tínhamos bastante orgulho.
claro que ali estavam presentes várias músicas do MATANZA. 

               A vida seguiu. me lembro que em 2010 fiz um compilado muito mal feito da música Mesa de Saloon e alguns vídeos do GTA San Andreas você confere aqui  e um outro pro Pé na porta e soco na cara com o game: Ride to hell: Retribution, que vc confere aqui.   

               Em 2011 me casei e parti para a Bahia, e de lá para cá, tempo ruim era a canção mais cantada quando eu estava próximo a partir de minhas visitas a Minas Gerais. hoje, o refrão desta música é o maior brinde do motoclube que faço parte, o RODOVIA DA MORTE MC.

Quero que a estrada venha sempre até você
e que o vento esteja sempre a seu favor
quero que haja sempre uma cerveja em sua mão
e que esteja a seu lado seu grande amor.


               O fato é que mesmo sendo um grande fã, conhecedor de muita letra, música, arranjos e ler tudo possível da banda e ouvir entrevistas e ter citações de cabeça, ainda faltavam algumas coisas... dentre elas: a crucial de qualquer fã: ASSISTIR UM SHOW DO MATANZA!

               Os Cds ainda estão sendo adquiridos aos poucos, mas chegaremos lá!

               Quanto aos shows.. meu amigo aí é que tá...


  • Show do MATANZA em colatina, cidade do lado da minha (em Minas), podia ir de moto, não tinha grana, minha esposa disponibilizou grana, mas com ela grávida eu não fui...  17/09/2011 foi um dia difícil de me engolir. 

  • Show do MATANZA em Itabuna, 03/11/2013 (há míseros 300km de minha cidade na bahia) e... eu... não... fui.... não haviam desculpas apenas ódio. bastante dele.

               Foi quando numa entrevista Jimmy resolveu fazer um "drama" e dizer que não sabia até quando o MATANZA duraria porque ele não sabia se estaria vivo para um show futuro e o estalo me veio na cabeça: PERAÍ CARÁIO! Esse desgraçado pode morrer ou a banda acabar e eu nunca vê-los! 

               Dalí pra frente, a coisa tomou outro rumo. Mas... como ? Como ir num show? São paulo? seria legal um dia encontrar, Aléssio, Capanga... Rio? Beber com o Guto e com o Phreddie... mas nada cabia nas contas, não dava pra fazer uma viagem tão longa, tão cara, e ainda pagar as contas do mês...



Uma conversa minha com o João Valter "Capanga" na era Orkut!

Também teve o lance das Comics que infelizmente nunca pude ter... Scanearam umas duas, desenhadas pelo Donida, na época até consegui entrar em contato com ele, me disse que me mandaria mas... bleh...


Rolaram umas montagens  que fiz com as comix para a fã-base no facebook


Enfim, rolou Vinil, cerveja e até uns rabiscos na madeira e talz...

"me lembro vagamente do MATANZA ter divulgado um verso de uma canção que era "algumas dívidas são mais bem pagas com chumbo do que com ouro... mas é coisa que eu nunca cheguei a ouvir num som..."

               Encurtando...

               Foi em 2018 quando o MATANZA com disco pra gravar, e então vieram as notícias:

  • 1º o MATANZA havia acabado e só estava cumprindo agenda pra uma despedida fúnebre
  • 2º Eu havia sido demitido depois de 8 anos trabalhando na mesma escola e com certeza não sairia desse fosso de merda...
               MAS da merda sai adubo e eu vim parar em Campinas pra cursar uma parada que eu realmente queria, SOLDA! o Jimmy (como explicado em algumas entrevistas) só recebeu um email dos caras dizendo que já deu no que tinha que dá. Então tava traçado o destino: De campinas pra São Paulo, era um pulo era só esperar uma data, fazer alguns trabalhos mercenários, conseguir algumas cifras monetárias e pimba!  

já estava eu no MEU ÚNICO/ÚLTIMO SHOW DO MATANZA: 


o 8º Osasco Tattoo Festival!

               Evento pequeno de pouquíssima divulgação, o MATANZA tocou pra cerca de 600 pessoas no máximo, a gente colado do lado palco deu pra bater bastante cabeça, cantar, uivar e beber muita cerveja que praticamente caia do céu!

               O show guardou espaço para foto com Jimmy  mas eu estava tão bêbado que não deu pra lembrar do encarte que estava no meu bolso pro autógrafo.

 






               Bom... hoje a banda ainda tem mais duas apresentações próximas: Campinas (aqui mesmo) dia 19/10/2018 e São paulo 20/10/2018 mas infelizmente eu não tenho a mínima grana pra entrar...

               Sobretudo, ficam aqui minhas palavras de gratidão do quanto fui bêbado e feliz ao som desta BANDA... Muitas outras histórias (inclusive de um quase afogamento) não foram inseridas aqui "em respeito ao vício" mas se fosse colocar tudo aqui, eu teria um prolema sério com a diretoria da Blogger hehehe 

               Quanto ao desfecho do MATANZA, quem acertou ou errou, quem deixou de fazer ou fez a mais, eu penso que FODA-SE, o MATANZA DUROU O TEMPO QUE PRECISOU DURAR e agora é hora de colocar tudo isso para descansar!

os CDs serão guardados? NUNCA! 
O bom velho, feio e fedorento estilo será abandonado? JAMAIS.

Como diria a primeira música que cantaram pra mim:

"Só mais uma historia e que não acaba aqui"


P.S.: Ergam seus copos pelo o que há por vir


terça-feira, 21 de agosto de 2018

Heresia


Sempre fui contra a caça esportiva. A maior arma do ser humano sempre foi a reflexão e raciocínio não instintivo, não apenas uma espingarda. Pra mim, caçar tinha que ser com as mãos, correr a velocidade com os próprios pés, penetrar a carne daquilo que em algumas horas virará um churrasco e algumas lembranças penduradas na parede. Todavia tentar alcançar um cervo é tão simples quanto vencer uma luta no braço com um urso. Para caçar um cervo é necessário inverter os papéis e atraí-lo.

Você pode ter fome, mas não ódio do que vai comer. Matar sem ódio, não é simples assim. Pior, você precisa inspirar confiança naquilo que vai matar. Precisa chocar chifres de outros cervos para simular uma luta, para atrair fêmeas. O som das galhadas trarão muitas opções para perto. É ali que você tem que conter seu instinto sujo e estragado pelo concreto, a pólvora e a eletricidade da "vida civilizada" e não olhar nos olhos do que você não aguentará correr atrás. Também não pode estender as mãos, pois animais com chifres (características evolutivas de presas de grandes carnívoros, para não serem mordidos na cabeça), pensarão que seus fracos dedos são garras. você precisa simular ser bom e olhar para baixo. Você não precisa estender a mão, mas se quiser tentar a sorte de perder o jantar, faça com os dedos fechados, deixe o filhote cheirar sua mão e passar por perto... perto o suficiente para a faca entrar debaixo da axila. você só tem uma chance...

...e ele nenhuma.

Se a faca entrar até o cabo e ele não cair na hora, pode seguir porque ele só te levará para um jazigo mais afastado. Talvez lá seja a chance de um ou outro parente acertar as contas contigo. Mas nada está aqui sobre uma aula de caça. Mas sim, do quanto você teve que inspirar certezas e confianças para atrair apenas um jantar para mais perto e estocar direto no coração.

Nunca fiz isso com um ser humano, acredito. Mas só de saber que se algo já foi pensado (não no sentido literal, evidentemente) já aconteceu com alguém...

Eu

Realemente

Sinto Muito.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Da saudade de meu pai

deveriam ter me matado por não ter visto isto.
hoje depois que vi, deveria ter morrido ao ver isto.
mas já é tarde e morreu quem o tempo queria
e deixou a carta da dor
que depois da demora dos correios
transformou-se em encomenda de memória
hoje guardo as lembranças numa caixa
a caixa do meu peito, onde nenhum telefonema
visita ou mensagem o alcançaria. me alcançaria.

sua voz, prometendo ver meus filhos ainda estão gravadas
no celular.