Sempre fui contra a caça esportiva. A maior arma do ser humano sempre foi a reflexão e raciocínio não instintivo, não apenas uma espingarda. Pra mim, caçar tinha que ser com as mãos, correr a velocidade com os próprios pés, penetrar a carne daquilo que em algumas horas virará um churrasco e algumas lembranças penduradas na parede. Todavia tentar alcançar um cervo é tão simples quanto vencer uma luta no braço com um urso. Para caçar um cervo é necessário inverter os papéis e atraí-lo.
Você pode ter fome, mas não ódio do que vai comer. Matar sem ódio, não é simples assim. Pior, você precisa inspirar confiança naquilo que vai matar. Precisa chocar chifres de outros cervos para simular uma luta, para atrair fêmeas. O som das galhadas trarão muitas opções para perto. É ali que você tem que conter seu instinto sujo e estragado pelo concreto, a pólvora e a eletricidade da "vida civilizada" e não olhar nos olhos do que você não aguentará correr atrás. Também não pode estender as mãos, pois animais com chifres (características evolutivas de presas de grandes carnívoros, para não serem mordidos na cabeça), pensarão que seus fracos dedos são garras. você precisa simular ser bom e olhar para baixo. Você não precisa estender a mão, mas se quiser tentar a sorte de perder o jantar, faça com os dedos fechados, deixe o filhote cheirar sua mão e passar por perto... perto o suficiente para a faca entrar debaixo da axila. você só tem uma chance...
...e ele nenhuma.
Se a faca entrar até o cabo e ele não cair na hora, pode seguir porque ele só te levará para um jazigo mais afastado. Talvez lá seja a chance de um ou outro parente acertar as contas contigo. Mas nada está aqui sobre uma aula de caça. Mas sim, do quanto você teve que inspirar certezas e confianças para atrair apenas um jantar para mais perto e estocar direto no coração.
Nunca fiz isso com um ser humano, acredito. Mas só de saber que se algo já foi pensado (não no sentido literal, evidentemente) já aconteceu com alguém...
Eu
Realemente
Sinto Muito.
Um comentário:
É impressionante a habilidade que alguns tem de falar diretamente com nossa alma, mesmo sem ter a intenção.
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