segunda-feira, 18 de novembro de 2013

e se o fim...



E se eu te dissesse que não haverá apocalipse zumbi coisa nenhuma.

E que os zumbis não existissem exceto o fruto de nossa imaginação que destroça e degrada as pessoas  em suas formas físicas e emocionalmente todos os dias.

E que na verdade só matamos os zumbis porque eles estão doentes e sem cura, e é exatamente isso que pensamos sobre nossos colegas, conhecidos, parentes, ex-companheiros de trabalho, escola e namoro, membros de outros credos ou mesmo orientações sexuais diferentes mesmo sem eles serem zumbis.

E se pararmos por um instante de culpar somente as grandes  corporações dos catastróficos desastes em cadeia, e percebemos que o quanto que lixo que juntamos em uma semana não equivale nem em peso nem em tamanho do que realmente comemos em um mês.

E se por fim, num triste fim, contemplássemos que todo o apocalipse que esperávamos (e talvez até nos preparássemos) fora tão somente culpa nossa. 

E que todo o descontrole dos seres esfomeados que nos atacam enquanto atiramos em suas cabeças fossem apenas culpa de um mundo cheio de miséria que nós mesmos construímos e consumimos aos poucos até se tornar isso.

Então só aí, e apenas aí, perceberíamos que nós somos o vírus, e que outrora (e não sabemos se ainda) somos a cura. 

domingo, 16 de junho de 2013

La bohème

Antes que comeces a ler peço-vos que acesse (simultaneamente) 
(garanto que será uma leitura mais agradável).




La Bohème

Juro vos que se tivesse uma acordeom dançaria TODOS OS DIAS com ela em minha sala!

No início pisaríamos um nos calos do outro e de fato eu a tocaria onde não devia,
mas com o andar da carruagem e o estalar das teclas nos afinaríamos.

O público jamais seria necessário pois eu só dançaria para ela e ela só cantaria para mim

e quando eu escorregasse e ela desafinasse, compreenderíamos que os deslises são necessários
para quem dança e canta ao mesmo tempo.

O tempo passaria e as milhares voltas que eu teria dado em torno da mesa de centro não seriam 
nem um bocado das maravilhosas horas que ela cantou para mim, 

E quando eu não aguentar mais dançar ela pedirá que eu me assente para que ainda em minhas mãos trêmulas produza o mais voluptuoso som em memória às noites de paixão em que nossos corpos se encontram naquela sala (hoje) fria.

E por fim, quando rasgada em seu seio, soasse apenas o suspiro fúnebre, deixar-te-ia descansar em paz
muito honrado pela vossa dança e música

e assim estaria também pronto para partir.

domingo, 9 de junho de 2013

Um dia de lembrança à alguém!

eu e minhas coisas...


Se não fossem as minhas malas cheias de memórias
Ou aquela história que faz mais de um ano
Não fossem os danos
Não seria eu
Se não fossem as minhas tias com todos os mimos
Ou se eu menino fosse mais amado
Se não desse errado
Não seria eu
Se o fato é que eu sou muito do seu desagrado
Não quero ser chato
Mas vou ser honesto
Eu não sei o que você tem contra mim
Você pode tentar por horas me deixar culpado
Mas vai dar errado
Já que foi o resto da vida inteira que me fez assim
Se não fossem os ais
E não fosse a dor
E essa mania de lembrar de tudo feito um gravador
Se não fosse Deus
Bancando o escritor
Se não fosse o mickey e as terças feiras e os ursos pandas e o andar de cima da
Primeira casa em que eu morei e dava pra chegar no morro só pela varanda se
Não fosse a fome e essas crianças e esse cachorro e o Sancho Pança se não fosse o
Koni e o Capitão Gancho
Não seria eu

domingo, 2 de junho de 2013

*Mal jovi*


"eu tocando no bar "bad to the bones"
e um maroto vem me pedir: Toca um bon jovi bom
e eu olhei debaixo do chapéu e disse: bom jovi bom é um bom jovi morto!
e assim esvaziei o tambor, uma pra cada membro e ainda sobrou para o pedinte."

-as crônicas da rodovia da morte.

sábado, 25 de maio de 2013

O FIM DA PRIMEIRA ERA

Há 4 dias atrás eu coloquei um ponto final numa etapa muito importante para a minha história: Guardei meu capacete.


Mas não se assuste! não parei de andar de moto! Simplesmente guardei um de muitos capacetes que já possui pelo significado maior. Mas antes que eu comece a divagar sobre ele, eu gostaria de fazer uma rápida retrospectiva na  minha história com Duas Rodas e Um capacete!

Tudo começou quando eu já morava em Mantena e meu pai por medo de que eu e meu irmão fizéssemos alguma merda automobilística, vendeu a CG125 laranja que ele tinha e com isso iniciou-se um gigantesco iato entre a minha história e o motociclismo. (isso deve ser em 1994-95). 


Mas a história não dá pontos sem nó. A moto se foi, mas o capacete ficou: era um capacete que mais se parecia um ovo, com pouquíssimas borrachas, nenhum forro na frente da boca, sem forro no teto (isso mesmo! era sua cabeça encostando no isopor mesmo), não conhecia o que era adesivos refletivos, tão pouco passou por uma inspeção do INmetro, mas era o capacete de moto do meu pai. (acho que ele era de motocross mesmo).  hoje sei que ele é da marca bell e tem a imagem aí pra você:

(esquerda: ilustrativo| direita: eu em um desfile de 7 de setembro).

E foi com esse capacete que eu desfilei inúmeros festins de 7 de setembro além das fotos de quando era criança e talz. Bem, o tempo passou e eu comecei a fazer trilha de bike e então comprei um capacete de bike mesmo, oras... Não resolvia muita coisa, porque era um coquinho muito, mas muito curto para o meu cabeção, mas como faz parte da minha história com capacete não posso desconsiderá-lo! só o utilizava para trilhas, mas utilizei-o até ele rachar mesmo!



Depois de mais um tempo, eu comecei a trabalhar e lá pelos meus 16 anos, resolvi que queria comprar uma moto, mas como não tinha dinheiro nenhum pra comprar nem pra começar a juntar, eu pensei mesmo numa moto de trilha, abandonada, de segunda mão, para que eu pudesse passear "off-road" e assim comprei o que eu chamo de "ancora de sonhos":


A âncora de sonhos é quando você não pode comprar/ter/ir (ou coisas do gênero) e para nunca se esquecer do que quer, você compra algo relacionado (ou mesmo um acessório para utilizar) com esse sonho. No meu caso eu comprei este capacete (que sim... era de bike, de Downhill) para significar que eu teria uma moto de trilha (pq pra quem não sabe eu já fiz muita trilha de bike e até de cavalo). o motivo do capacete ser amare-lo foi pelo fato de ter tido uma camiseta da fox amarela. então achei que combinaria comigo.


Neste ínterim, eu tinha adicionado uma ideia que também tinha ficado na gaveta dos planos: Na minha cidade por ter um terreno muito acidentado, era comum a trilha de moto e bike, para incentivar as vendas, a loja da Honda de minha cidade patrocinava apresentações de Wheeling e nestas idas e vindas, apareceu um grupo muito famoso chamado: "Estilo Livre Força e Ação" cujos componentes eram bastantes carismáticos e humildes. Um dos caras que se destacava para mim era o "Dentinho" que tinha umas "pontas" no capacete. bem... não demorou muito e eu aprendi a fazer aqueles mesmos "chifrinhos" que ele tinha no capacete, já que ele ensinou pessoalmente a fazer num programa infantil (da Eliana). 


Continuando sobre motos... O tempo passou e eu acabei por desistir de comprar uma moto visto que tinha que pagar todas as parcelas de minha faculdade além do ônibus que me levava todos os dias (130km ida e volta TODOS-OS-DIAS). Tudo estava indo muito bem, quando no final do curso, a universidade resolveu sortear uma moto da Dafra (uma 50cc ou 100cc, não lembro) para os alunos que mantiveram pagas as mensalidades no tempo, e eu, Poxa! pagava tudo até adiantado. tinha certeza ABSOLUTA (A-B-S-O-L-U-T-A) que aquela moto seria minha! 


Bixo! imagina um cara que não dormiu até o dia do sorteio.
Então... eu mesmo! Cara! Era a possibilidade de ter a mesma moto (mesmo formato de moto) que o meu pai teve! Era hora de por um fim no iato.

e então eu não fui sorteado...

Mas o sonho não pode morrer! Neah? Então na semana da formatura eu enfurnei meu pai que queria comprar uma moto! Já que não poderia comprar a moto do modelo da dele, seria uma moto modelo "custom", uma vez também que modelos "custom" estavam sendo fabricados com baixíssimas cilindradas como foi o caso da Kansas que eu comprei. 

Fui lá com uma namorada na época e fechei com o vendedor. O camarada me deu junto com o contrato a garantia de que eu teria dois capacetes de "brinde", ambos pretos, um tamanho 60 e um 58 (ou um 58 e o outro 56, não lembro). E então chegou a minha moto! e ficou um capacete pra mim e o outro para minha ex-namorada. 

(não preciso dizer que o tempo passou e a namorada se foi também. O capacete que ficou na casa de minha mãe, mas o meu mesmo, veio comigo para a Bahia).


 E então continuou a saga...

A verdade é que eu não gostei nunca deste capacete que eu ganhei de "brinde" da Dafra, embora tenha usado ele poucas vezes, não o considero como "meu capacete", mas como também fez parte da minha cronologia, não posso me esquecer dele.

foi mês de setembro de 2009 que eu resolvi dar uma diferenciada da galera que andava de moto e pensei: Pow! O negócio é "custom" não é?! então eu fazer algo fora do padrão mesmo! Não preciso seguir o modelo normalzão... E foi aí que eu comprei o capacete de trilha de moto preto (esse da primeira foto de cima). a "ancora do sonhos" agora fazia total sentido (embora não fosse mais amarelo) e eu precisava dar um toque final: pronto! lá estavam os "spikes" que eu tinha aprendido a fazer a quase uma década atrás. agora tudo lá... na minha cabeça! 


Bom, quanto ao capacete de Downhill amarelo, ele teve um fim "trágico". Eu tive o coração mole e a sensibilidade de doa-lo a um ciclista que viajava pelo brasil. Esse cara viajava dando golpes em todas as cidades, sem pagar pensões ou mesmo levando coisas embora das cidades. Como eu não sabia, acabei por dar o capacete já que de fato ele precisava. Mas foda-se.. o que dá pra guardar na memória já é bastante válido. 

Voltando ao capacete preto de Spikes:
Esse sim (o capacete preto) eu considero como o PRIMEIRO capacete da minha Era motociclística. Se esse capacete falasse... seriamos grandes amigos e ele um grande confidente (eu espero). Fato é que todo capacete tem um prazo de validade, e de 2009 pra cá (2013) ele completou seu 4º ano de uso ( o fim da validade perante o inmetro). Sim... ele já tem um cheiro de velho... O couro da correia já estava ficando comido... as bordas de borracha também já não haviam mais em várias partes... e por aí vai. Resultado. No ano de 2011 eu comprei o SEGUNDO capacete de minha Era motociclística e por fim, resolvi separar os dois capacetes em duas situações: Com Primeiro capacete, eu continuaria usando só que apenas dentro da cidade. Com o segundo capacete eu o usaria apenas na estrada. já que ele já vinha com lente e talz,  (confesso que senti saudades do vento entre o óculos e o rosto). É claro também que eu tinha que dar uma customizada nele, só que dessa vez eu faria algo a mais: Os spikes de plástico com contact cromado, deram lutar à fibra de vidro e a focinheira do capacete que sempre me lembrou o aspecto de um focinho mesmo, tomou a tal forma do meu sonho. bola pra frente então! 



Hoje, como o capacete já guardado dentro de uma sacola no maleiro do guarda-roupas eu vejo o quanto ele significou para mim. Mal posso esperar para ter minha garagem na minha casa (própria) para expô-los como um troféu caçado. Agora, o capacete da boca de lobo desce a hierarquia para se tornar um capacete "de rua" e entra em cena (para a estrada) um "modelinho" bem minimalista. Sim... um Peels sem viseira (só com óculos), sem aba ou boqueiras. Apenas para cumprir o que a lei pede. Porque o que eu quero mesmo hoje em dia é vento na cara!



domingo, 14 de abril de 2013

a ovelha negra e o lobo.


Ha muito tempo atrás, nasceu uma ovelha negra. (que você sabe que não é igual a nenhuma das outras ovelhas brancas...).

A ovelha negra era tratada diferente e
ao mesmo tempo via tudo diferente...
Ela era diferente.

Havia também um lobo. E o lobo era apenas um lobo.
e só.
sozinho e "desmatilhado".

Um nato caçador de ovelhas.
Com um perfeito faro para a coisa,
com uma visão aguçada capaz de enxergar aqueles pontinhos
de algodão no meio da mata como ninguém.

A mãe branca da ovelha preta sempre falou para ela tomar cuidado com o lobo, afinal de contas o lobo era mal para o rebanho. mas quando a ovelha queria sair de perto dos pais e andar com as outras ovelhinhas branquinhas da idade dela, a mãe dela dizia: você não é o rebanho.

Certo dia a ovelha negra, filha de ovelhas brancas fez as contas e entendeu que se ela não é o rebanho e o lobo faz mal para o rebanho, o lobo não faria mal para ela.

Então certa manhã, a ovelha negra filha de ovelhas brancas saiu de perto das ovelhas brancas e andou para fora do aprisco. para as ovelhas brancas ela só estava fazendo "ovelhonegrisse" e que iria se dar mal logo logo.

e de longe veio o lobo.

a ovelha negra assentou-se no capim enquanto o lobo pintava toda a cerca de vermelho... pais, parentes, primos, amigos, pastores tudo numa rubra amálgama jazia ali no aprisco. agora sim a ovelha estava bem. bem no lugar dela. agora sim, os os primos lindos, branquinhos...

pagaram a língua,
pagaram a lã que faz a linha
pagaram com a vida
essa vida de "ovelhobranquisse".

e agora sim fazia sentido a frase: você não é o rebanho.

findado a refeição, o lobo se aproximou da ovelha negra. e vendo que também esta era sozinha e única no mundo propôs a ela um acordo:

eu nunca te devoro, e tu nunca perdes esta lã e couro preto.

e assim seguiram a vida em frente.
ambos viajando. sem medo de serem o que sempre foram.
sabendo que eram iguais a suas respectivas espécies:
ele um lobo "desmatilhado" e ela uma ovelha negra (que como dizia sua mãe, não era o rebanho).
iguais um para o outro.
únicos.

Fim.


fim? uma ova! agora eu quero você pensando o dia inteiro sombre quem é a ovelha negra e o lobo solitário dentro da sua vida do seu mundinho. quero esse assunto corroendo sua mente de questões enquanto você deita de barriga pra cima e olha o ventilador girar por horas antes de dormir. quero que você pense e pense e pense.

e pense diferente!


terça-feira, 26 de março de 2013

I NOW WALK



passo após passo vejo ao longo o que chamei de casa por vinte anos se distanciar enquanto o grande sol se põe. Agora é noite e eu vejo ainda menor as luzes que por este breve espaço de vinte anos de minha vida chamei de lugar seguro.

Ando a noite como se fosse meio dia, mas tropeço como se tropeçasse também ao meio dia. caio de joelhos no chão e o peso da mochila dobra o impulso. Furei meu joelho numa pedra e sujei o meu rosto no chão. mesmo assim, levantei e caminhei.

estou caminhando agora a dias e novamente me ocorreu algo semelhante ao dia de minha partida: Caí novamente. desta vez eu estava mais preparado. pernas firmes, mochila mais leve mas no chão não havia pedras.. - pauso e respiro - havia um velho espelho no chão. 

poderia eu me machucar muito mais do que qualquer outra vez, ou quem sabe ao cair dar de frente com uma serpente ou algum lobo, mas não. dei-me de frente com o pior animal existente eu mesmo (você é o que espelho falava).

eu estava prestes a retornar a minha casa antes mesmo de meu destino, entretanto, foi este pequeno caco de vidro folheado com metal polido que me enfrentou, levando uma reflexão tão simples (senão óbvia) ao âmago do ser perguntando: Quem é você?

retire o alento de seus pais, anule também as brigas deles; delete o seu Hd, lance fora o seu celular, 'perca' suas músicas; fure os pneus do seu carro, esqueça seu cabeleireiro e os cortes 'ousados' que ele prometeu para a próxima estação; queime algo que escreveu que considerava único... sim presenteie ao 'nada' o seu melhor texto/desenho/música/poema. deixe de lado sua roupa, anéis, brincos, óculos, carteira e relógio (Alguém aqui na natureza ainda usa isso?) e agora nu em seu ser olhe num espelho. quem é você? você é o que se tornou? tornou a ser o que sempre foi? em que acreditar? na sua mudança ou na sua essência? ou seria a sua mudança sua essência... exatamente essa que a sociedade (sociedade, sociedade, SOCIEDADE!) essa raça maluca não consegue acompanhar.

Sim... através do espelho você pode ver quem é, quem foi um dia, de quem talvez você veio... por um uma ou outra marca no corpo, mas não dá pra saber quem você será. É este ser que nem os seus próprios olhos consegue acompanhar esta amálgama significa ou mesmo em qual direção flui. mas é você! ali, nu. sozinho e sem ninguém por perto. só você e o espelho.

pode parecer estranho, mas os primeiros momentos diante de algo tão sincero pode parecer constrangedor, ver um defeito aqui ou outro acolá. talvez até cômico diante das poses e caretas que fazemos... mas depois que se convive com os defeitos "do espelho" e se perde a graça das caretas, só sobra nós dois: o espelho e eu. o reflexo e você. este é o ser mais importante que você precisava ver em toda a sua vida. é por ele que vale as coisas, os sonhos, os gastos, os risos... as lágrimas...

mas valem a pena, como valem.

agora, eu me levanto e percebo que o espelho que tenho em mãos reflete a lua e brilha as arvores da mata  fechada à minha frente.

contemplado eu por mim mesmo agora me reconheço e não temo mais o resto.

e então caminho mata dentro...


INTO THE WILD...