quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Lá Fora



Há coisas que fazem parte da nossa composição e são coisas muito mais básicas do que o próprio DNA. Uma delas é a composição que recebemos no período de nossa criação... Aquele período em que alguém nos ensina o que é bom, o que é mal, o que faz bem, o que faz mal. é o momento em que podemos começar a pensar em afirmar algumas coisas que "sim ou não" que queremos viver com algo, que podemos viver com ou sem algo, e que sem dúvida nenhuma não podemos sobreviver sem algo.
E foi na infância que recebi essa base tão fixa, sólida e estável da minha mãe! Desde a infância sempre viajei muito com ela. Seja para buscar tecidos na cidade vizinha para a confecção, seja para buscar roupas em outro estado, ou mesmo para fazer companhia porque eu já estava de férias ou mesmo consegui convencê-la de que eu podia faltar pois já tinha notas o suficiente nas matérias  lecionadas naquele dia.
Quando não tínhamos carro próprio, acordávamos muito cedo. Mal nasceu o sol e já estávamos em frente a rodoviária esperando o ônibus cuja viagem era maravilhosa (tá, talvez não era, mas o quê na nostalgia não é bom ou feito de ouro?) e então passávamos o dia (ou 2 ou 3 dias fora) com comida diferente daquela de "todo dia" de casa, parando em locais de madrugada com o ônibus num friiio daqueles das noites de inverno como de Petrópolis... E visitando os lindos lugares entre uma parada e outra. 
Sempre gostei e valorizei isso mesmo e hoje voltei do trabalho pensando nas viagens
Que fiz durante esse ano e na viajem que farei em minhas férias. subitamente me veio um desenho que assisti ininterruptamente várias vezes durante minha infância: O corcunda de Notre Damme.
Recordo-me como ontem quando minha mãe trouxe o vhs alugado para que assistíssemos juntos esse desenho animado.
Eu era muito empolgado com idade média desde a infância, mas a apresentação de um "não-heroi" como o principal e o tema "liberdade" acima de justiça, retidão, valentia ou vingança (ou qualquer outro tema já proposto pela Disney) com certeza me chamou mais a atenção.
Toda vez que o filme terminava minha mãe me alertava: “Rene! Valorize isso muito, meu filho! Liberdade é o bem mais importante que temos”. E não foram poucas as vezes isso.
Emocionava-me ao ver o Quasimodo triste, preso e isolado no topo do campanário... Sabendo o nome de tanta gente o observando-os desde a infância. De certa forma não há como não se identificar diante da sociedade que vivemos.
Mas sobre tudo, À LIBERDADE!!!
Por isso meus filhos/amigos/irmãos-de-estrada/conhecidos-da-internet/alunos e quem puder ler: 
Valorizem a liberdade!!! Assistam (re-assistam) o que eu vi
Pensem sobre o que eu vos falo hoje (que minha mãe me falou na infância).
Graças a Ela Minha mãe! Eu tenho esse ideário tão nítido e vital pra mim sobre liberdade!

À LIBERDADE SEMPRE!

Deixo-vos  um trecho da música "Lá Fora" do Filme e muito obrigado pela leitura!


Salvo entre os peitoris de pedra e o carrilhão
Aqui dentro a alegria some
Toda a minha vida eu vivi na solidão
Não ter liberdade me consome
Preso aqui em cima vi pessoas
Eu conheço todas pelo nome
Toda minha vida eu imaginei descer
Ir até lá
Passear lá
Lá fora
Como alguém comum
Me de um dia ao sol
Basta apenas um pra ser lembrado
Se der numa ocasião qualquer
Se eu sair
Se eu puder
Quero ir aonde der
Lá fora vejo tecelões moleiros e casais
Os seus rostos mostram o que sentem
Gritam xingam levam suas vidas tão normais
Essa é a vida que me cai bem
Agora para mim a hora
É de enfim
Ver se der
E o Rio Sena e além
Cada manha que houver
Quero ser alguém
Que vai aonde
Bem quer
O meu dia se vier
E ele vem
Um se quer
Digo amem
Se estiver tudo bem quando der
Vou também se Deus quiser

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