terça-feira, 4 de agosto de 2009

Deduções



ninguem sabe quem é, filho de quem ou de onde veio.
só sabemos que ele ficou o dia inteiro deitado debaixo de uma arvore, com um copo de agua e uma folha verde dentro do prato. aquilo me irritou... irritou e muito. cara folgado, não quer trabalhar... VAMOS CONVERSAR!

dias depois ele apareceu por aqui, agora sabemos que ele é da cidade, pois ninguem daqui chama o outro de caipira. sinceramente não sei como ele ainda tá em pé, mas eu vou resolver isso logo logo... afinal, não adianta dizer SAIA! então... fique....

tá , eu sei que a unica professora do vilarejo tentou conversar com todos por perto que o certo ou o errado é apenas uma questão de opinião... eu concordo até, mas não pra ele!!! eu quero ele fora daqui!

risadinha pra cá, cigarrinho pra lá. ele já não me era mais problema até....
...até a filha do patrão querer "o da cidade".
Eu to aqui o dia inteiro com esses fenos, e ele lá dentro da combi colorida... ah! o patrão tinha que saber!!

sinceramente eu não sei mais o que fazer, só pode gostar de panhar! as mãos já estão roxas por causa do laço, e ele nem viu isso...
Já sei, se o gado chega a chorar com o marcador, quanto mais esse magrelo!

parecia até estranho mas eu me lembrei quando nos encontramos pela primeira vez. é bem antes do olho roxo dele, e de que ele disse que era o primeiro a chegar para afesta.

essa foi a pior coisa que já aconteceu, em algumas horas o magrelo parecia muitos, com cara de maricas, com crianças... parecia uma familia toda, e a mantaza começou...

quando todos estavam no chão... às poças.... eles partiram... mas esqueceram de olhar se eu estava respirando...




...e eu lembro do rosto de cada um deles...

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