Sempre quis escrever e falar de tudo e de todos que toco, vejo, ouço, sinto. mas com o passar dos anos, descobri que o que toco não tem aquela densidade, senão a sensação que apenas eu tenho dos meus dedos se algo é pontiagudo, afiado ou mesmo áspero. achava que o que tinha visto seria visto por todos, mas foi um relance de luz que fez com que algo brilhasse diferente diante dos meus olhos e que nunca mais viveria para ver o mesmo fenômeno. o mesmo acontece quando eu ouço... enfim, nunca foi sobre as coisas são (ou estão), mas como eu as vejo, como eu as sinto, como eu as ouço e como eu as toco.
Avassalador como um vendaval, em menos de uma semana temos um encontro marcado (parece óbvio, se não fosse 1000km de distância para mim, e 1000km de distância para ela) seria batido se fosse num lugar que tivéssemos ido em outras vidas, mas não, é novo, tudo novo! num lugar novo, exatamente como se renova a vida, exatamente como se renovam os ânimos, como se renova alma.
Até lá, vamos tecendo nossos acordos conhecendo familiares que interrompem a chamada, colocam o fone de ouvido e matam a gente de vergonha. até lá, vamos fazendo sanduiches no mesmo horário para comermos juntos, nos ligando de dentro dos carros, nos aconchegando nas cobertas separadas, esperando o momento de nos encontrar.
Eu quero muito que ela saiba a sensação que me traz, os planos que me faz sonhar e ao mesmo tempo as preocupações com nosso futuro que me faz pesar. Acho que todo o dia acontece aleatoriamente um pouco disso. Mas escolhemos muitas vezes não olhar para o que pesaroso, como alguém que diz, se vence dia 29, pagaremos dia 29, não dia 1º. Nada de preocupar antecipadamente (eu acho). Ate lá vamos nos querer, (eu te queria a vida toda, te confesso).
Eu poderia continuar escrevendo linhas e linhas de como os olhos, a boca, o cabelo a pele, a voz, o jeito... mas me recuso a compartilhar aos mortais rs. Prefiro lembrar dos cuidados e carinhos que me cerca, a atenção que me ouve e agora me lê, a reciproca do sentimento que me é tão vivida, e que faz esquecer que uma vez eu acreditei que minha vida seria apenas consternação.
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