segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

[Cronicas da taverna] : Um novo mundo

Do tempo em que a taverna ficou fechada, nada aconteceu.

Os devedores não pagaram.
Os que se diziam amigos não voltaram.
Os violeiros não tocaram.


Nada, nada mudou. Foi quando Ladreau sentiu uma tristeza profunda e pensou no quanto preparou tudo para todos e ninguém apareceu. A taverna era para eles.

Taverna sem músico não é taverna.
Taverna sem fiado não é taverna.
Taverna sem os camaradas que vivem do bom vinho e rum... Não é taverna...

Não é taverna...
Não por hora...

Já se passavam meses e tudo o que se falava na vila era sobre uma notícia que viria com a virada do ano. Obviamente viria muito mais fácil e rápido para D. Rapouso. Afinal uma taverna é sempre um lugar de conversa... Mas não lá... Não naquele lugar... Vazio, e sozinho.

A taverna o havia esgotado, e transtornado, e mudado, todo e completamente quem era a figura de D. Rapouso Ladreau!

Seu passado, sua essência, sua visão de futuro seriam as mesmas, mas algo o transtornara.
(imagem enfadada).

O fim do ano se aproximou e alguns carregamentos de pólvora da china foram deixados no cais para as festividades. Outros barcos também atracaram trazendo por um curto período de tempo seu velho amigo e marinheiro Jimmy.

O gigante ruivo lhe contou, que as especulações do "segredo da virada do ano", estavam com a rainha da castelania próxima a vila e que a mesma estava a recrutar marujos para a tal descoberta.



Subitamente Ladreau se lembrou do gosto da brisa e do tempo em que passou em alto mar. do tempo em que ingressou como amarrador de cordas, que depois se tornou timoneiro, e depois nomeado corsário e em fim pôde deixar o mar sobre o nome de CAPITÃO!




"Capitão Rapouso! o que faremos agora?"
Essa era a pergunta que ele sempre se recordava quando a noite o embalava dentre uma tempestade de sonhos... Acordava suado, passava a mão na testa, voltava a dormir e conseguia se livrar da tempestade. Isso era tudo o que conseguia guardar do mar. (e esse segredo ficou com ele...)


Então pensou Ladreau: que mal fará se a “Raposa for fechada” por causa do Rapouso?

Passou-se a noite.

Rapouso de manhã. As 5:00 pôr-se de pé encaixotou os livros e o diário, pegou a taça, colocou a rapieira no cinto. Amarrou os cabelos e se dirigiu até o palácio.

Ao chegar pensou consigo: como sou tolo! Qual rainha estaria de pé tão cedo? E de fato nenhuma faria tal proeza... rs...

Rapouso esperou até as 7:00 quando as atividades oficiais começariam... Estranhamente estava tudo bem escuro...



“Um” almofadinha com um colam muito engraçado (imagem rspouso e o papa) apareceu na sacada e disse que os marujos que quisessem se ingressar deveriam comparecer a sala do trono.



Obviamente Rapouso estranhou... Mas tudo bem... Cada realeza tem um tique diferente.

Cansado, e fedendo rum... (como era o seu comum) Rapouso se dirigiu até a sala do trono numa gigante fila. Olhando para baixo e aguardando à hora de apenas anunciar seu nome, esperava que a rainha lhe concedesse a benesse de ajudar com os preparativos marítimos para "o segredo da virada do ano"... Quando de repente:

Ouviu um soluço da parte da rainha. Não ousou olhar Para frente com medo de uma repreensão. Continuou cabisbaixo.

A rainha soluçou novamente. (não era um soluço comum)

Rapouso não olhou.

Quando um dos serviçais disse: deves olhar para a rainha!Ela quer conhecer todas as faces que executarão seus desígnios...

Rapouso levantou a cabeça...

O QUE! (Rapouso não pode deixar de soltar tal exclamação) quando viu a jovem majestade com vestes azuis e uma venda sobre os olhos (imagem a raposa com venda nos olhos) nada deixando parecer... Mas uma coisa lhe chamou a atenção... Eram os cabelos ruivos... Não seria? seria? Meu Deus, como se parec... É ELA! Mas não pode... ela já se... Mas, não a vi partir.... Se fosse ela.. Por que isso? Por que passei por isso? Por que esse tempo todo? CRISTO POR FAVOR ME DIGA QUE NÃO É ELA! DIGA-ME QUE É ELA!

Confuso Rapouso, encheu seus olhos d'água, pois por um momento a esperança o havia tomado nos braços novamente.

A rainha se inclinou para e esquerda e se dirigiu a um dos seus guardas falando baixo. E o guarda repetia em voz alta:

-É O SENHOR, DOM RAPOUSO LADREAU?
-sim, majestade...
-SABES POR QUE ESTÁS AQUI?
-de certo, majestade. Pretendo-me ingressar na expedição ao qual vossa majestade arrenda marujos.
-SABES QUE POR ESTAS VILAS NÃO SE SECONHECE VOSSAS HABILIDADES COM O MAR, EXCETO COM A BEBIDA DOS MARUJOS.

(Rapouso corou-se de vergonha, mas disse) - sim
-majestade. Entretanto...

-SILÊNCIO! (gritou o guarda em mandato da rainha). A RAINHA CONHECE TODA E QUALQUER ARGUMENTAÇÃO. POR ISSO...

(Rapouso já estava a respirar fundo por perder a últitima e única chance de re-ver o mar... e triste já se contentava com a infeliz e solitária vida na taverna...)

A RAINHA LHE CONCEDE O POSTO DE CAPITÃO PARA A ÚLTIMA NAU QEU SAIRÁ NO DIA 31/12 AS 23:59 DE ACORDO COM O RELÓGIO DA IGREJA DA PRAÇA DA VILA PRÓXIMA.

(Rapouso não sabia mais o que fazer ou pensar, era tanta alegria que em seu peito que novamente batia, que nem sabia o que fazer com toda aquela velharia da taverna ficaria para trás!... na verdade sabia... ficaria pra trás!)

Ele nem sabia mais como se portar... Quando...
O guarda continuou.

- A RAINHA ORDENA QUE ESTEJAS TRAJADO SOBRE NEGRO POIS, DESEJAS PASSAR O ANO DESTA FORMA.

- perfeitamente!

Com um coração cheio de graça, ia saindo Rapouso de frente para a rainha, quando a rainha lhe fez um "tsk"... E pôs-se de pé e disse: desejas acrescentar algo Monsenhor Ladreau?

[a voz... era ELA!]

Dom Rapouso Ladreau apenas sacou sua rapieira em sinal de Devoção e disse:






Esta nota é uma forma de creditar os diretos autorais.
As imagens contidas nesta postagem referem se a obra denominada "le scorpion" pertencentes aos autores Enrico Marini (arte) e Stephen Desberg (roteiro). não possuem o fim lucrativo, degradação da imagem do personagem e nem o intuito de roubo de direitos autorais.











Caros leitores,

De certo, os que acompanham esta taverna sabem que muito da mesma há em mim ( e que mudanças são necessárias). por isso D. Rapouso Ladreau parte novamente para o mar. um mar de aventuras e descobertas que não sabes onde seu barco dará. Apenas sabes que tudo é uma questão dos laços que dará em suas cordas e que é seu dever mante-los presos sempre!!!

seu destino? UM NOVO MUNDO! um bravo e NOVO MUNDO!


que todos tenham um feliz ano novo assim como eu!
-Rene William

Um comentário:

Ind Caroline x) disse...

Pra quem conhece é difícil saber se Rene é Rapouso ou se Rapouso é Rene... se a história é pra taverna ou pra vida... Vou me contentar em dizer que D. Rapouso não é o único que está disposto a viver um NOVO MUNDO! o/
Que venha então, e um feliz Mundo novo!!